Provavelmente é de conhecimento de todos que o trabalho no desenvolvimento de um novo console é iniciado muito antes de sua primeira apresentação ao público. Além da produção de hardware e jogos, há um aspecto que poucas vezes é levado em conta pelo público: o ciclo de vida de um aparelho desse tipo. Todo video game possui um tempo determinado durante o qual será o principal foco da fabricante. Ao final desse período, ele é substituído lentamente pelo sucessor.
Atualmente, o Wii está chegando ao final de seu ciclo de vida. Na E3 2011, que acontece na semana que vem, o Projeto Café, novo console da Nintendo, será anunciado. Enquanto isso, a Sony afirma que nem mesmo começou a desenvolver um sucessor para o PlayStation 3. Mesmo com o console tendo o mesmo tempo de vida do aparelho da Big N, a empresa estima que ele terá um ciclo de dez anos antes de ser substituído.
O destino do Xbox 360, porém, continua uma incógnita. Em uma entrevista antiga, concedida em 2007 para a revista americana EGM, o ex-vice-presidente da Microsoft, Peter Moore, afirmou que a nova geração de consoles da empresa chegaria entre 2011 e 2012. Mas aqui estamos e, por enquanto, não há nenhuma informação concreta sobre um novo aparelho.
De acordo com fontes não identificadas pelo site Develop, especializado em notícias do mercado de jogos, um kit de desenvolvimento do sucessor do Xbox 360 já estaria nas mãos de empresas como a Electronic Arts. A EA, porém, negou categoricamente as especulações. Por outro lado, a Microsoft já busca funcionários para o desenvolvimento de “arquiteturas para a próxima geração”.
Por enquanto, porém, todas essas informações não passam de rumores, já que a fabricante não se pronunciou oficialmente sobre a existência de um novo console. Então, já que estamos caminhando no campo das especulações, por que não imaginar o que seria o “Xbox 720” ideal?
Evolução técnicaMas dessa vez, com calmaA situação da Microsoft, desta vez, é muito mais tranquila do que a enfrentada pela empresa em 2005, ano de lançamento do Xbox 360. Agora, a empresa já tem sua base de usuários muito bem estabelecida e não há necessidade de correr para chegar à frente da Sony. Isso, então, permite que os engenheiros da companhia estudem cuidadosamente o hardware, de forma a entregar kits de desenvolvimento que realmente reflitam as capacidades finais do console.
A história com o Xbox 360, porém, foi bem diferente. O kit de desenvolvimento enviado pela Microsoft aos desenvolvedores apresentava um hardware apenas similar ao do aparelho que chegou às lojas e isso acabou refletido nos jogos da line-up de lançamento. Um dos principais exemplos desse problema é Project Gotham Racing 3, que faz uso do sistema de anti-aliasing da Xenos, placa gráfica do Xbox 360.
O componente funciona, nativamente, com um efeito 2x multisampling, mas o kit de desenvolvimento original continha apenas 10 MB de eDRAM, um tipo de memória mais versátil. Essas duas características combinadas não resultavam em um desempenho apropriado e, por isso, a Bizarre Creations precisou diminuir a resolução do game para que ele rodasse com uma contagem aceitável de quadros por segundo e sem muitos serrilhados.
Uma coisa, pelo menos, é certa: o próximo Xbox deve saltar, de vez, para o mundo do Full HD. Enquanto a grande maioria dos jogos atuais roda a 720p, os da geração seguintes devem ser desenvolvidos completamente em 1080p, alcançando a mais alta resolução permitida pelos televisores de alta definição comuns.
Além disso, há também os efeitos 3D, que se tornam um fator cada vez mais presente na indústria. Dá para esperar que o próximo console da Microsoft seja capaz de rodar jogos tridimensionais sem quedas aparentes na contagem de quadros por segundo ou exigir o máximo de capacidade de seus componentes.
Por último, também é seguro afirmar que o novo Xbox apresentará uma mídia com bem mais espaço que o encontrado no console atual. Os testes com esse tipo de tecnologia já começaram, mas um aumento considerável no espaço só deve ser visto na próxima geração. Fica a dúvida, então, se a Microsoft investirá no desenvolvimento de um formato proprietário ou utilizará o consagrado Blu-ray, assim como seu principal concorrente.
Especificações técnicasAquilo que está dentro da Caixa
Vídeo
A demo técnica Samaritan foi a primeira imaginação do que é possível esperar da próxima geração de consoles e jogos. Utilizando a Unreal Engine 3, a Epic produziu um vídeo impressionante com a utilização de hardware disponível no mercado atual. A demonstração foi renderizada em um PC com processador Intel Core i7 com três NVIDIA GeForce GTX 580. A placa gráfica, com processador de 772 MHz, é uma das mais potentes do mercado atual.
Ao lançar um novo dispositivo, a Microsoft deve levar em conta uma série de fatores já que, ao contrário de um computador, um video game não pode sofrer upgrades e deve permanecer como topo de linha por, pelo menos, cinco anos. Ainda assim, não dá para esperar um console que possua a mesma capacidade gráfica do PC mais potente do mercado, e sim uma máquina com maior escalabilidade, da qual o desenvolvedor possa extrair todo o potencial.
As previsões dos especialistas seguem por dois caminhos distintos. Uma das correntes aposta na continuidade da parceria da Microsoft com a AMD. A placa de vídeo Xenos, disponível no Xbox 360, deve dar lugar à linha Juniper, como a Radeon HD 5770. O componente funciona a 850 MHz e conta com 1 GB de memória. Os números representam mais do que o dobro do atual poder de processamento do aparelho.
Já a segunda vertente traz uma aposta ousada. O próximo Xbox dispensaria completamente o uso de placas de vídeo e realizaria todo o trabalho por meio de seu processador central. Esse tipo de abordagem é utilizada pelo PlayStation 3, e exigiria a criação de uma tecnologia exclusiva para a Microsoft. Aqui, a Intel parece ser a parceira mais provável. Apesar dos gráficos melhores proporcionados por essa alternativa, ela dificulta o trabalho de desenvolvimento e port de jogos.
Seja qual for a escolha de componentes gráficos, a utilização do DirectX 11 é certa. Uma versão da arquitetura já é utilizada com sucesso no Xbox 360 e proporciona uma maior portabilidade para os desenvolvedores, facilitando a conversão de jogos do computador para o console. Aqui, a única necessidade é otimizar a aplicação para funcionamento em um hardware fixo como o de um video game.
Memória
Se o novo Xbox continuar seguindo a tendência de seus antecessores, a quantidade de RAM será multiplicada por quatro, chegando a 4 GB. Isso também resolveria uma das maiores críticas dos desenvolvedores em relação à geração atual, já que a baixa capacidade exige um trabalho mais conservador de programação.
Já em termos de capacidade, o próximo console da Microsoft deve levar em conta o crescimento do mercado de jogos digitais. Ainda assim, não seria absurdo afirmar que a empresa seguirá pelo mesmo caminho percorrido na atual geração, lançando duas versões do console. A primeira, mais barata, deve suportar também a utilização de pendrives ou cartões SD como formas de aumentar o armazenamento. Já a segunda contará com HD de maior capacidade, com no mínimo 160 GB, e todo esse espaço refletido no preço.
Todos os especialistas, porém, concordam em um aspecto. O grande desafio da Microsoft é produzir um console que seja potente e, principalmente, barato. Além disso, o novo hardware deve permitir mudanças em sua estrutura para acomodar reduções de preço no futuro, estar de acordo com as leis de proteção ao meio ambiente e não superaquecer ao ponto de explodir com tanta capacidade de processamento em tão pouco espaço. Uma tarefa hercúlea.
Mídia e comunidadeMuito além dos próprios jogosUm elemento que deve se fazer presente, de forma muito ligada aos próprios jogos, é a interação com redes sociais. Não apenas a utilização de um sistema interno, como a LIVE, mas a ligação dos servidores da Microsoft com os de serviços como Facebook e Twitter, não apenas como forma de compartilhar feitos nos títulos, mas também para marcação de partidas e gerenciamento de listas de amigos. Tal característica, por exemplo, já está presente no NGP e motivou até mesmo uma mudança no menu do aparelho.
É possível pensar também em jogos que se estendam além do próprio console. Não estamos falando de funções como as especuladas para o Projeto Café, em que o controle poderia se transformar em um console portátil. O caso aqui é o de títulos que não se resumem apenas ao que é jogado no video game, e possam ser jogador em outras peças de mídia, chegando a invadir até mesmo o mundo real.
Imagine, por exemplo, um título contemporâneo da série Assassin's Creed onde os alvos do jogador fossem localizados por meio do Foursquare. Uma sequência de L.A. Noire em que perfis dos suspeitos no Facebook também fizessem parte da investigação e pudessem ser acessados não só pelo video game, mas também pelo computador ou celular. Tudo isso é possível com consoles cada vez mais integrados às redes sociais, uma oportunidade que pode ser aproveitada pelo próximo Xbox. O potencial aqui é limitado apenas pela criatividade dos desenvolvedores.
Outra característica cada vez mais presente é a transformação dos consoles em verdadeiros centros de entretenimento. A Microsoft já iniciou esse movimento no Xbox 360, com parcerias com os canais de televisão ESPN e serviços de streaming de vídeo como o Netflix ou o Hulu.
A tendência é que esse movimento se intensifique cada vez mais, com um suporte melhor ao streaming de mídia e novas parcerias com provedores de conteúdo. O próximo Xbox poderia se tornar, basicamente, uma central de TV a cabo na qual também será possível assistir a diversos canais, gravar programas de TV e comprar filmes e séries em pay per view.
Esse futuro, porém, começa agora, já que a Microsoft promete divulgar novas funcionalidades de entretenimento para o Xbox 360 durante a E3. O evento acontecerá entre os dias 7 e 9 de junho em Los Angeles, nos Estados Unidos, e terá cobertura completa pelo Baixaki Jogos. Quem sabe a gente também não seja surpreendido com um novo console ou, pelo menos, uma indicação de que a nova plataforma já está por vir? Vamos aguardar e confiar.
Fonte: Baixaki jogos
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